1 de dezembro de 2008

30 de novembro de 2008

Dando uma voltinha...

Se saio da gosma
Abandono a carcaça
Me despeço do céu
Que há tempos
Aceitei como acima
E entro no par de verdades
Do outro ovo, túnel, oco, vago...
Me esqueço
Do tipo que não se lembra
De todo um traçado, uma linha, minha, sem instantes de reta.

Mas resolvi voltar
E aqui estou
Dona de todo um esquecimento
Que por mudança de gosmas, capas, vícios de expressões
Adota uma premissa de omissão
E em toda uma reviravolta, estática
Me esqueço daquele instante em que o esquecimento termina
O instante mais próximo do menor existente no universo
Culpa de um tempozinho que é o mais próximo do menor do mundo.

Mas eu sei da existência dele
Conheço a miudeza do eixo
E, justamente, dentro do meio desse espaço nenhum
Inventei a linha
O eixo
Tudo.

23 de janeiro de 2008

Em prol das poucas palavras!

Não me venha com palavras
Com opiniões
Lamentações
Não me venha com nada.

A palavra cria
Circula
Projeta
Faz coisas que letra nenhuma faz idéia.

Não me venha com nada
Pára
Pensa
Respira
Seja leve
Viva leve
E a própria leveza exige demais levezas ao redor.

Pratique-a
Ela chega em estalos
É só percebê-los.

Não percebe?
É só começar pela importância
Reeduque-a
É só querer.

De qualquer forma
Não me venha com nada
Pára
Respira.

21 de janeiro de 2008

Canseira!

Percebo
Aquele minuto de vida
Aquele quadro montado
Que a existência cria.

É nesse momento
Que não se entende palavras
Não se distingue sons
Não se enxerga nada.

É nesse momento
Que canso dos sentidos
E os apuro ainda mais
Para viver na brecha
Do sentido nenhum.

Muitas das vezes
Retorno cansada das palavras
Das minhas
De todas
E recorro à elas
Escrevendo-as.