25 de março de 2009

Amarela!

Penetrando lá dentro
Naquele centro de odor húmido
Nua
Para sentir com toda a fragilidade do corpo
Não a delicadeza do orvalho
Mas a brutalidade da chuva forte
Toda em mim
Os seus últimos pingos restantes.

Era o melhor cheiro do mundo
O amarelo mais vivo do mundo
E eu poderia dormir
Mas troquei o sono
Pelo sonho de estar viva
Ali dentro daquele centro
Todo em mim
Mim no todo.

Penso se seria melhor me tocar
Mas permanecer invadida
Amarelada
Já é a melhor decisão
A imobilidade
Nesses casos
É atraente demais.

Ah, você vai sair borboletinha?!
Vai bater suas asinhas e voar?
Tudo bem
Já estava mesmo me sentindo tímida
A boca já se encontrava aberta
E já quase me perderia no meu embaraço.

11 de março de 2009

Rio das pedras!

Loucos somos nós
Me disseram as pedras do rio.

Só elas percebem
O silêncio
A calma
E a leveza de suas águas.

E mesmo as águas de ritmos velozes
Transbordam a limpidez do silêncio total.

É que o silêncio
À que me refiro
É a pureza de todas as coisas
Impuras.