13 de maio de 2009

Avulsos pensamentos!

Tomei um banho e lá se foram os pensamentos pelo ralo
Se transformaram em sereno quando saíram pela janela.

As palavras caíram esfregadas
Com cheiro de sabonete.

Me sinto com mais de cinquenta quilos delas
E é impressionante como me emudecem, sempre.

Travo o meu olhar
Presto minha atenção
Mas elas são rápidas demais
Proliferam-se como bactérias.

É como se não quisessem ser lembradas
Fazem valer o instante
Que jamais se repete.

Me roubam a fala
Para livremente me escreverem...

Agora eu compreendo.

Basta viver!

Bastam as orações
As lágrimas germinadas a cada quinze dias
Sem muito contato direto com o sol.
As brechas de paciência que surgem sempre na porta
Na hora em que estou despida.

Basta a diferença entre correr mundo afora
E enclausurar-se mundo adentro
Que existe apenas na sombra das nuvens sobre as montanhas.

E bastaria mesmo amassar todas as folhas falsamente inspiradas
Derramar em gotas todo o excesso de percepção
Calar-me num sorriso
Porque palavras em si
Há muito me compreendem a falta.

Mas de todas as coisas silenciadas
Ou mesmo desacorrentadas por entre as sombras das nuvens
Basta o amor
Aquele mesmo que não suportaria a tola ilusão do significado.